sábado, 17 de setembro de 2011

Servidores da educação profissional protestam por reajuste salarial e o término das obras dos câmpus do IFB




Cerca de 60 professores, servidores e estudantes da educação profissionalizante do Distrito Federal protestaram na manhã desta sexta-feira, 16, em frente ao prédio da reitoria do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB), na 610 Norte, em Brasília, pedindo melhores condições de trabalho. Entre as principais reinvidicações, está o aumento de 14% do salário dos servidores - hoje, com um teto de R$ 2.889,00 para técnico do ensino superior. Os servidores estão em greve desde 14 de agosto.

"Nós não recebemos aumento desde 2008, e as negociações com o Ministério do Planejamento estão paradas", alerta a secretária geral do Sindicato dos Servidores da Educação Tecnológica (Sinasefe) e professora de Educação Física, Alessandra Mendes.

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB) foi criado mediante transformação da Escola Técnica Federal de Brasília. O IFB conta com cinco câmpus, localizados em Taguatinga, Planaltina, Brasília, Samambia e Gama. Desses, apenas o Câmpus Planaltina está localizado em área rural.

No papel, são 10 escolas, mas apenas cinco estão em construção. Apenas o câmpus de Planaltina tem espaço e estrutura adequados para o ensino. "Nós nos vemos sujeitos a dar aulas em prédios emprestados pelo GDF, o que deflaga uma total falta de respeito pelo nosso trabalho", mostra Alessandra. A unidade de Brasília, por exemplo, está dividido em três endereços: um na 511 Norte, outro no prédio do Centro de Dança do Brasil e no Colégio Gisno, também na Asa Norte. O câmpus em cosntrução fica na 610 Norte, local do protesto de hoje.

A professora de agroindústria Laura Brant, do câmpus de Planaltina, esteve na manifestação e reclamou da falta de equipamentos para dar aula. Segundo ela, não há ferramentas industriais suficientes. "Para fazermos pasteurização por exemplo, temos de recorrer ao procedimento artesanal, isto é, aquecendo o leite em contato direto com o fogo. Dessa forma, nossos estudantes não são treinados de forma correta para o mercado de trabalho".

Os professores reclamam de uma série de problemas, como as péssimas condições de trabalho, falta de estrutura, falta de um plano de carreira. O professor de matemática e diretor do Sinasefe, Magno Alves de Oliveira, informa que o governo está construindo mais cinco IFBs antes da conclusão dos quatro primeiros, o que pode comprometer o andamento das obras e no futuro a qualidade do ensino.

O aluno de Agroecologia Carlos Matos Souza participou da manifestação e se diz sensibilizado pelo ato. "Eu vim de Planaltina para mostrar que nós, como alunos não podemos deixar que o governo trate nossos professores dessa forma. Não há investimento em material, nem em instalações, o que dificulta bastante nosso aprendizado".

A manifestação terminou por volta das 11h da manhã com uma reunião com o reitor da IFB, Wilson Conciani, mas sem nenhuma garantia de que as reivindicações serão atendidas. Procurado pelo Eu, estudante, Conciani, não quis ccomentar o assunto, mas enviou uma nota para a administração garantindo que os manifestantes que participaram do protesto desta manhã não terão o ponto cortado.

Por: Sofia Krause



Fonte: Eu, Estudante - Correio Braziliense

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